quarta-feira, 13 de junho de 2007

Sardinhadas...

Ontem foi dia de manjericos. Os santos populares têm este poder para por toda a gente na rua, pois no dia seguinte é feriado e muitos não trabalham.

Como não podia deixar de ser, fui espreitar alguns bairros típicos e ver o ambiente que se vivia por lá. Para não variar muito das festanças a que tenho assistido, lá se encontrava a dita febra e o belo do courato na grelha. Mas desta vez, a rainha foi mesmo a sardinha (mesmo que fosse a 2€ cada). E a diferença era que em qualquer esquina havia sempre umas brasas a fumegarem, e praticamente qualquer habitante da zona fazia negócio.

O trânsito, como seria de esperar, era caótico, com as ruelas de Alfama e Castelo (e mais para o fim da noite Bairro Alto), íngremes e estreitas, tinham de acomodar.. carros em andamento (alguns a deitarem um belo cheiro a embraiagem queimada), carros (mal) estacionados, grelhadores e pessoas.. muitas pessoas. Deambulei pela zona, sem destino certo (tal como 90% das pessoas que lá andavam), e sentia-se no ar o espírito da noite, ao som de Quim Barreiros ou de música electrónica, era só escolher. Ao mesmo tempo decorriam as marchas na avenida, mas quem ali se encontrava não parecia interessado nisso.

Até que.. ao virar de uma esquina congestionada, eis que encontro... o centro da festa. Qual monstro cujos tentáculos já havia calcorreado, ali naquela zona aparentemente com apenas um acesso, aglomeravam-se pessoas como se fosse hora de ponta no metro, mas com as portas sempre abertas, e com o comboio que teimava em não sair. A muito custo consegui sair daquele ajuntamento, e dirigi-me para outras paragens, um pouco menos congestionadas. Posteriormente ainda deu para ver o autocarro que transportava de volta os marchantes de Alfama (que se viriam a sagrar campeões da noite).

A minha conclusão disto tudo, é que os Santos haveriam de ser pelo menos uma vez por semana. Digo isto, não por ser feriado no dia seguinte, mas pela razão de pelo menos durante essa noite, as pessoas parecem esquecer-se das dificuldades que o país atravessa, e dar 2 euros por uma sardinha é tão natural como beber um copo de água. Mas pelo menos, por uma noite, aparentam ser felizes.

E por hoje é tudo... para a semana há mais Santos Populares, e desta vez cá pela margem sul.. acredito que será mais uma festarola...

6 comentários:

Rabodesaia disse...

joão,

Tb tive por lá nos santos e não te vi por lá!Confessa, estiveste barricado num tasco qualquer de certeza!

é que com a minha visão supersónica via um lusólico á distancia, pelo menos num perímetro de 5 kilómetros!
;)

Bottled (em português, Botelho) disse...

E o vinho??????

Mas ninguém fala no vinho??????

Só falam do raio da sardinha!!!!!

Hic Hic Hurra

ENGº. Viriato disse...

Caro amigo,
Eu quando me atiro às sardinhas sou capaz de engolir umas 16 a 20 dependendo do tamanho respectivo. Tá bem de ver que a 2 aereos cada uma mais valia ir jantar a um restaurante de luxo. Se a isso juntar o facto de não gostar de confusões facilmente compreenderá que nem andei perto das festas. Enfim, presumo que nesta vidinha há uma altura para tudo...
Cumprimentos e divirta-se nas festas da margem sul (cuidado com o TGV que dá pelo nome de MST, não vá aquilo atropelar alguém)

Gata disse...

Sinceramente, não me aproximei muito de Lisboa no Feriado do Santo António. Não por não gostar dos Santos Populares, mas porque na Margem Sul trabalhou-se no dia 13 de Junho. Dei, no entanto, uma voltinha no Fim de Semana anterior por Almada. Depois de ter jantado bem, fui dar uma voltinha para moer o repasto e o único lugar onde já se sentia o calor dos Santos Populares era em Cacilhas. Na rua da igreja, havia já no meio do caminho, o meio bidon cheio de brasas (característica típica do tuga) e a grelha a aquecer a aguardar que alguma chicha lhe caísse em cima; havia também o belo do Mangerico á venda pela módica quantia de 3,50€ cada vasinho, quase em todas as portas se tropeçáva num "pikeno" cartaz com informação de que ali se vendiam caracóis e caracoletas, (iguaria inédita por estas zonas uma vez que nos encontramos num deserto... segundo Mario Lino). Havia também, e não podendo faltar em qualquer festa verdadeiramente tuga, um palco. Certamente terá alguém a actuar nele, dizem vocês, e dizem muito bem, mas para não variar, a assistência é sempre muito triste. Há sempre aquele parzito das duas senhoras já com alguma idade que se agarram uma há outra para dançar (uma vez que os homens se encontram agarrados á mini-loira fresquinha é sandes de coirato quentinha e há sempre todo aquele grupo de pessoas que se vão juntando á volta do palco, umas com vergonha de dançar, outras porque não têm par...
Continuando...
Fui até ao Gingal e percorri toda aquele espaço mal aproveitado (e mal iluminado) até á Boca do Vento. Ahhhhh!!! Que noite fantástica! O pior, foi ter que subir aquela rampa até á cerca! Meus amigos, qual ginásio, qual quê, aquela voltinha todos os dias fazia um bem, (mas só resulta se estiverem sóbrios), lógico que foi chegar a casa e dormir!

Agora espero pelas festas do S. João Baptista porque no dia a seguir sou eu que não trabalho... hehe

Ticha disse...

Nesses dias, há dinheiro para várias sardinhas a 2€, o pior é o que vem depois....mas pelos menos naquele momento estiveram bem, nem que passem fome o resto do mês...

AlienMind disse...

0i!

Grandes Stos
Adoro o ambiente dos stos, anda tudo de copo na mão e sardinha na boca, com um grande sorriso na cara.

É festa povinho!

Para lá do ambiente alegre, há sempre o pessoal amigo que se desloca a nosso lado, pelas ruas que transbordam de pessoas.
Lá se vai comendo a boa da ... sardinha.

Pena mesmo ter estado de quarentena este ano.
Mas já estou baum.

É FESTA FREGUESA....
ALFAMA È QUE É!

Bamos lá então.